O Riso da Fortuna Não te rias, oh fortuna! Teu riso me é suspeitoso; Contra a desgraça não clamo, Não quero ser venturoso. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Enquanto te procurava Andei errados caminhos; E das rosas que murcharam Só me restam os espinhos. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Por cousa tão transitória É loucura amofinar-nos; Os bens que hoje nos outorgas, Amanhã podes tirar-nos. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Com bem pouco me contento, Conformei-me co’a desgraça; Já me tenho por ditoso, Já rejeito a tua graça. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Não sei o que é a ventura, Nem sei se sou desgraçado. Por bens que podem ser males, Eu não troco o meu estado. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Rápidos passam os dias, E a cada passo que damos, À morte, que é sempre certa, Ligeiramente marchamos. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. É só ditoso na terra Quem vive em paz com sua alma; Quem das penas que aqui sofre, Só do céu espera a palma. Vai-te, oh fortuna, Não me atormentes; Já não te creio, Em tudo mentes. Albano, marzo1835. | Il Sorriso della Fortuna Non ridertela, oh fortuna! Il tuo sorriso mi dà sospetti; Contro la disgrazia non protesto, Non voglio esser avventuroso. Vattene, oh fortuna Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto. Mentre ti cercavo Ho percorso cammini errati; E delle rose che appassirono Solo mi restan le spine. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto. Per una cosa così transitoria E’ una pazzia affliggerci; I beni che oggi ci concedi, Domani puoi strapparceli. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto. Mi accontento di poco, Mi sono abituato alla disgrazia; Già mi reputo felice, Già respingo la tua benevolenza. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto. Non so cosa sia la sorte, Nemmeno so se son un disgraziato. Per beni che posson esser mali, Io non cambio il mio status. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo più, Menti su tutto. Rapidi passano i giorni, E ad ogni passo, Verso la morte, che è sempre certa, Velocemente marciamo. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto. Solo è fortunato sulla terra Chi vive in pace con la sua anima; Chi delle pene che qui soffre, Solo dal cielo aspetta la vittoria. Vattene, oh fortuna, Non tormentarmi; Oramai non ti credo, Menti su tutto.
Albano, marzo 1835 |