As Duas Flores - Castro Alves - Cultura Brasil

As Duas Flores - Castro Alves

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I Due Fiori

Sono due fiori uniti,
Sono due rose nate
Forse nello stesso rosso del tramonto,
Vivendo sullo stesso ramo,
Della stessa goccia di rugiada,
Dello stesso raggio di sole.

Unite, così come le piume
Delle due piccole ali
Di un passerotto del cielo...
Come una coppia di tortore,
Come la tribù di rondini
Del pomeriggio nel delicato velo.

Unite, così come le lacrime,
Che in coppia scendono tante
Dalle profondità di uno sguardo...
Come il sospiro ed il disgusto,
Come le fossette del viso,
Come le stelle del mare.

Unite...Ahi! Chi potrebbe
In un'eterna primavera
Vivere, come vive questo fiore.
Unire le rose della vita
Sul ramo verde e fiorito,
Sul ramo verde dell'amore!

Castro Alves


As Duas Flores


São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.


Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.


Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.


Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

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